sexta-feira, janeiro 06, 2006

A noite do réveillon - parte 2

... e lá estava, diante de meus olhos, um palco(meio furreca) e trilhões de mulheres requebrando e rebolando à vontade. Pronto, não tinha mais pra onde ir. Fomos caminhando e praticamente "estacionamos" no meio-fio. Momento no qual abri meus olhos e percebi que não estava no céu...

Caramba, só mulher feia!! Uma ou duas, no máximo, se salvavam de toda aquela multidão!! Ficamos parados esperando um pouco de ação, eu já estava incomodado com a situação e comentei em voz alta com meu amigo, apenas para ver se alguém escutava: "Porra, será que ninguém vai me agarrar aqui hoje??"

É né... ninguém escutou. Continuei apenas visualizando o campo de batalha quando deparei com a criatura mais linda daquela chuvosa noite. Meu deus, a mulher estava com um boné que a tornava extremamente sexy e para completar, ainda estava com um uniforme!! Todos voltaram a atenção para a policial à nossa frente, mas ela nem sequer olhava para a gente!!

Incrível como todo encanto foi quebrado ao olhar o cacetete que ela possuía em mãos, simplesmente broxante. Para completar, ela ainda tinha 3 parceiros que mais conversavam com ela do que vigiavam a multidão. Após ela ter aceitado um ménage à trois com seus companheiros, ela se mandou e sumiu no meio da multidão. Num momento de tristeza, resolvemos encher o bucho.

Saímos do meio daquele bando de mucura e paramos para comer. Opa, eu falei "paramos para comer"? Desculpe, eles pararam para comer e eu fiquei apenas visualizando, pois tinha esquecido a merda da carteira em casa(nem eu imaginava que ia chegar na praia pernando, mesmo)!!

Como só tenho grandes amigos, nenhum dos dois sacrificou dois reais para me dar um churrasquinho. Tive que me contentar em sentar no meio-fio com minha calça bege-quase branca e comer restos do rango deles. Levantei e me certifiquei que estava com a bunda suja de lama. Já eram quase 4 da manhã, chegamos à conclusão que tava na hora de ir embora, pois pior do que estava não poderia ficar.

Gostaria de salientar que esse texto seria ótimo, se o acontecimento a seguir tivesse tomado outro rumo.

No caminho de volta, parou um carro do nosso lado com 2 mulheres e ninguém no banco de trás. Uma delas baixou o vidro e deu um "feliz ano novo", tudo normal, certo? Pois é... tão normal que elas fecharam o vidro e foram embora, mesmo após escutar nossos gritos desesperados de sexo/me dá uma carona/suas putas!!

A culpa não foi minha, mas delas, ficou bem claro, né? Voltamos pelo caminho mais obscuro possível, achar um poste aceso era um golpe de sorte. E em vez de irmos em silêncio para despitar prováveis ladrões, íamos era sorrindo, fazendo zoada e soltando uns peidinhos de vez em quando. Ah porra, os marginais tavam todos na praia mesmo.

Aldo ouviu uns batuques e falou todo sorridente: "Tá tendo até pagode aqui!!", como é ingênuo o garoto... Ítalo respondeu logo em seguida: "Pagode?? Isso é macumba, doido!!"
E realmente era!! Nessa hora apressamos o passo e eu fiquei tão fechado que nem vento passava.

De resto? Eu cheguei em casa às 5 da manhã são e salvo. Quanto aos outros? Eu vi os dois ontem aqui pelo bairro, estão bem.