segunda-feira, março 20, 2006

E por falar em sono...

E lá estava eu no ônibus chegando no centro. Até hoje eu me questiono por que tudo no centro é distante? Não importa pra onde eu vou, se tiver no centro, é longe do ponto do ônibus. Mas enfim, com o sol de uma da tarde, tudo fica bem melhor. Cheguei molhadinho(não pensem besteira) no laboratório e fui logo me apossando da primeira cadeira disponível.

Um grande problema, toda vez que acordo de algum cochilinho, eu acordo assustado. E tenho quase certeza que isso é culpa do meu pai. Entendam, eu sempre tive o costume de dormir com a televisão ligada, o que não é muito bom, pois, dormir com óculos é a pior coisa que pode existir(na verdade, a segunda pior, a pior mesmo é usar óculos desde os 7 anos).

Dormir com 8 graus de miopia na cara não é a melhor sensação do mundo. Eu, geralmente, acordo como se não tivesse dormido nada. Meu pai, com todo bom pai faria para ver se o filho está dormindo ou fazendo baboseiras no quarto, acordava no meio da noite e ia visitar meu quartinho.

Essas visitas sempre acabavam com um grito no meu ouvido dizendo para desligar a merda da TV porque ele não era dono da CEMAR! E em 93,7% das vezes que ele gritava, eu estava dormindo era certo! As outras 6,3% das vezes, ele me pegou fazendo alguma bobagem, mas isso é outra história. Porra, ele chegou no quarto 5:00 da manhã, nunca imaginei que ele fosse chegar cedo daquele jeito.

Então, graças a ele, hoje em dia, eu acordo sempre assustado. Mesmo quando ele está viajando, se eu estiver dormindo com a TV ligada, acordo escabriado, como se ele tivesse do lado com o cinto na mão, pronto pra me dar uma esculachada. E não foi diferente quando eu estava sentado no micróscopio. Quando dei por mim, já estava quase pulando da cadeira, e eu tenho certeza que a Bioquímica que estava lá comigo, olhou tudo com o canto do olho, aquela safadinha! Sem ter onde pôr a cara, fingi que nada tinha acontecido e voltei a ler a lâmina.

Isso já aconteceu algumas outras vezes, a única diferença é que não tinha ninguém na sala comigo. Já aconteceu até com minha ex-namorada. Sério, tempos atrás, quando eu tinha aula pela manhã e pela tarde. Chegava à noite, eu tinha que dar uma assistência na casa dela, sabe como é né, se deixar pra escanteio, chega outro e rouba.

Enfim, pela noite, a gente ficava conversando no quarto dela, enquanto o resto da família da menina estava na sala, assistindo Ratinho. Todo mundo já sabe que eu tenho um distúrbio do sono e ela também já sabia. Então, possuíamos 5 opções de entretenimento:

a) Ficar papeando na cama até o rabo dizer chega;
b) Ficar assistindo TV e falando sobre futilidades da MTV;
c) Sexo;
d) Novamente, sexo;
e) Na ausência das opções acima, dormir involutariamente.

Vou ser sincero com vocês, só ficavámos na opção a). A porta do quarto dela não tinha chave e outros fatores de natureza desconhecida não permitiam que as outras opções fossem realizadas. E após conversar muito pouco, já estava roncando no colo dela. Aconteceu tantas vezes, que ela já tinha até ficado acostumada. E nada melhor que uma cochilada revigorante.

Até mesmo nos velhos tempos dos Situações Inusitadas do weblogger, em meados de 2003, isso acontecia. Na época, eu era um usuário assíduo da internet discada(ah, como esquecer aquele barulhinho do modem) e ficava até altas horas jogando ou papeando pelo mirc. Eita, 3 da manhã, hora de deitar. E tome aula no dia seguinte!!

Qualquer cantinho que eu arranjava, era motivo para fechar os olhinhos e sonhar. Na casa do primo, na casa da avó, casa de amigos, na lan house e, claro, no ônibus. Sinceramente, hoje em dia, acho que tenho algum tipo de doença que não sei o que é. Se alguém tiver alguma idéia do que isso seja, não tenha medo de me ajudar.

Só lembrando que não vale usar as palavras "preguiçoso", "vagabundo", "bonito" e "biscate".