sexta-feira, julho 21, 2006

Mi ckey Mou Zé!

Acredito nunca ter contado isso no aqui pelo blog, mas há uns dois meses atrás comecei meu curso de especialização em Citologia Clínica. Não irei falar para que serve a Citologia, basta você, mulher que faz seu preventivo de câncer do colo do útero todo ano, usar um pouquinho seu cérebro, que descobrirá de maneira fantástica que um computador não pode ler um esfregaço cérvico-vaginal. Aí que eu entro com meu conhecimento.

E não existe nada pior que entrar numa turma nova com pessoas desconhecidas, principalmente depois que já não se é criança. Não foi criada nenhuma massa de modelar que permita que adultos interajam entre si de maneira "legal", ainda. Na verdade, essa massa já foi criada, mas possui outro nome, chama-se futebol. Às vezes também chamam de cerveja, mas geralmente às sextas.

Eu nunca fui de falar muito e me introsar numa turma de desconhecidos é um verdadeiro chamado às armas! Para ter noção, a pessoa com a qual me identifiquei até agora e que posso até chamá-la de amigo num futuro bem distante, foi um caboquinho que falou que gosta dos programas do João Kléber. Nada mais que a lei do similis similis.

Logo nos primeiros dias de aula, fui com uma camisa do Situações Inusitadas e acreditem, um dos meus novos amigos conseguiu ler o bordão "Não subestime minha sagacidade" e disse que iria acessar quando chegasse em casa. No dia seguinte ele disse que tinha lido, infelizmente nos outros dias ele não me disse mais nada. Acredito que ele comente com o nome de RaUl, mas são especulações apenas.

Claro que toda turma que se preze possui seres bizarros, como: pessoas afrescalhadas, CDF's querendo um pouquinho de atenção, mulheres casadas que não servem pra nada, enfim, esse tipo de coisa. Certo dia estava ouvindo com meu ouvido esquerdo a conversa de um grupinho. Conversa bem chata, tão chata que me lembrou o por quê da minha boca calada a maior parte do tempo. No papo juvenil, estavam falando sobre um ser da turma, um senhor apelidado de Mouse.

Não sei porque cargas d'água estavam chamando o senhor por esse apelido. Olhei bem para sua cara-de-bumbum e não vi nenhuma nem qualquer semelhança com o Mickey. Pra ser sincero, até minhas orelhas são maiores que a dele, então se ele fosse o Mickey, eu seria o Dumbo, mas isso não é o tema central deste texto. Quer dizer, esse texto possui um tema central? Fechei um pouquinho os olhos e observei mais uma vez, e novamente não percebi nada que enquadra-se o senhor na categoria: Personagens de Walt Disney. Ainda pensei em chamá-lo de Fred ou Capitão Caverna, mas a vontade de mijar era maior.

Hoje pela tarde recebemos o tão esperado boleto de pagamento, e acreditem, esse curso é mais caro que a vida de alguns de vocês. Quer dizer, até Bobinho vale mais que alguns de vocês. Opa, corrijo, vale mais que a vida de alguns de vocês que nunca comentaram por aqui.

Eu estava situado no ínicio da fila de cadeiras e meu dever era repassar para toda a fila seus respectivos boletos. Como a preguiça bateu no meu pâncreas nesse momento, o máximo que fiz foi repassar os boletos para a pessoa que estava ao meu lado, que era o tal Mouse. Mas antes de passar, tive que dar uma marocada no boleto do cidadão, afinal, não tinha o quê fazer mesmo. Li uma vez, li duas, assoei meu nariz e na terceira passei pra ele. Foi então que caiu a ficha:

"Ei!! Seu nome é Mause mesmo??"

Ora, se existem pessoas chamadas Tina, Israel, Antônio e até mesmo Humberto, por quê não existiria alguém chamado Mause? Que ignorância da minha parte.