sexta-feira, agosto 25, 2006

Eu não estava preparado pro pior

Viram como é bem legal esperar uma semana para um texto novo? Eu sei que vocês acessam durante a semana só para ler a caixa de comentários. Por isso, é bom vocês começarem a comentar se não ela pode sumir de novo, viu! Falta de aviso não foi, safadinhos.

Poucos textos serão como esse, só estou realmente escrevendo porque a menina não tem internet mesmo, nem meu e-mail e já até mudei meu celular sem avisá-la, então, sem problemas. Para manter o nome da dita cuja no anonimato, irei chamá-la carinhosamente de Kelly. Mas pode ser o nome real dela, caso vocês acreditem que é possível alguém ter nome de cachorro.

O texto anterior foi sobre o modo mais fácil/eficiente de se conhecer uma menina sem sair pela noite como qualquer ser humano normal. Então, se você se enquadra no mesmo quadro patológico que o meu, prazer, bem-vindo ao clube! Para início de conversa, segui à risca, todas as intruções dadas do texto passado. Gastei no máximo R$ 1,12 com mensagens e rapidamente consegui convencê-la para me conhecer.

Ok, não adianta, não consigo mentir para vocês. Meu primeiro papo com ela foi bem eficiente pelo celular. Ela só falou sobre sexo, motivo mais que suficiente para ir conhecê-la. Sendo que ela quis me ver, então, ela que me convenceu a ir conhecê-la. Mas eu não estava preparado pros dragões que estão a solta pelo Maranhão, calma, calma, não vamos colocar a carroça na frente dos bois!

Bem, como todo início de conversa pelo telefone, perguntei sua idade, suas medidas, se seu cabelo era liso, essas perguntas básicas que todo mundo faz. Preparem-se para a primeira bomba:

"Tenho 18 anos, um filho e trabalho num salão de beleza."

Não precisa pensar muito para saber que desligar o telefone em no máximo 15 segundos era a melhor coisa a ser feita, certo? Mesmo assim fui gentil e desliguei em 30 segundos. A menina, no seu intuito de dar para qualquer um que não fosse o pai do filho dela, começa a dar uns toques no meu telefone. Como um bom rapaz educado e de classe retornei a ligação.

E perguntei logo de cara, o que ela exatamente fazia no salão de beleza:

"Ah, eu desenho nas unhas das clientes, sabe aqueles desenhinhos?"

Fiquei com vontade de perguntar se eram aqueles desenhinhos que minha irmã faz por diversão sem a ajuda de ninguém, mas meu espírito de porco ainda estava adormecido. Mesmo inquieto com a situação, o teor sexual da conversa no telefone não me deixou desligá-lo. Além de ser potencializado pelas suas medidas de pernas grossas e bunda grande, dadas com um ar de superioridade pela Kelly.

Enfim, fui conhecê-la, afinal de contas, a única coisa que tinha a perder era a novela das 8. Prestem bem atenção, não se deixem enganar como fui enganado. Mesmo com 5 anos de experiência em chats por celular, acabei esquecendo que perna grossa e bunda grande é sinônimo de gordura localizada! E lá vinha, bem ao longe Kelly, carinhosamente apelidada de Ogro.

Kelly estava suada e quase fedendo. Segundo ela, botar um filho pra dormir dá muito trabalho. Ok, não irei discutir sobre isso. Comecei a perguntar sobre sua vida, como é ser uma gorda sebosa, como anda o pai do seu filho, essas perguntinhas indiscretas. Como sempre, Kelly me surpreendeu com mais outro comentário lindo:

"Larguei o pai do meu filho, não estava mais dando certo. Por sinal, ele foi preso, por ter roubado uma bicicleta..."

Nesse exato momento, olhei para todos os lados em busca de meliantes. Estava tudo aparentemente limpo. Mesmo sabendo que o mais doido era eu querendo ter um papo normal com a menina, ela sempre soltava uma mais linda que a outra:

"Cara, comprei um 38 quando tinha 15 anos pra tentar matar a diretora do colégio! Não deu certo e tive que pular o muro, nunca mais voltei para a escola, né?!"

Confesso que fiquei assustado assim que fiquei sabendo que ela não tinha acabado nem o segundo ano e tentou, de quebra, matar a diretora do colégio com um 38 que ela comprou por R$ 150,00 , sendo que a mesma nem trabalhava na época. Mesmo sorrindo um pouco da situação e tentando desviar dos papos dela que sempre acabavam em cama ou, indiretamente, em filho. Olhei para uma clínica psicológica e perguntei se a mesma funcionava pela tarde.

Perguntei só por perguntar mesmo, falta de assunto é uma coisa. Novamente o Ogro respira bem fundo e solta outra, mas dessa vez do fundo do seu útero:

"O que é Psicologia, hein? É quem cuida de doido?"

Já percebendo que meu papo sem teor sexual seria inútil naquele momento, resolvo ficar quieto e apreciar a paisagem:

"Cara, você é um gatinho!"

Ser elogiado é bacana, mas ser elogiado por alguém que já:

"Levei uma facada bem aqui na virilha! Numa briga uma vez!"

Certo. Chega por hoje?? Preciso tecer algum comentário sobre o que passei? Ou deixo para vocês? Fiquei meio traumatizado com o ocorrido, mas mesmo assim Kelly conseguiu me fazer odiá-la dando mais de 35 toques no meu celular nos 4 dias após o "encontro". Claro que não ia gastar mais crédito com ela, cada uma que me aparece...

Ela até comprou um cartão telefônico para falar comigo e saber por que não estava ligando para ela:

"Kelly, meu celular tá sem crédito, ops, minha conta tá muito alta, pô!!"

Ela sabia que meu celular era de conta, quase que vacilei. Além disso, decidi que vou ficar um tempo sem acessar esses chats, acabei de lembrar o por quê de ter parado de usar no passado.