domingo, janeiro 07, 2007

Como as necessidades biológicas de crescer, comer e se reproduzir. Existe a necessidade biológica de atualizar o blog jogado às traças. Isso é fato. Como foi o natal de vocês? Passaram com a família? Bem, vocês devem saber que pouco me importo com suas vidas, foi apenas uma pergunta de praxe, para iniciar um texto diferente.

Bem, este ano resolvi aloprar no Natal. Meus natais passados sempre foram a mesma coisa. Jantar com a família e depois dormir. Assim foi de 1983 até 2006. Este ano, fiquei sabendo através de fontes seguras que o trance ia comer numa rave lá na puta que pariu! Por que lá na puta que pariu? Porque o local era distante pra cacete e tinha até um nome sugestivo: "Florestinha".

Minha experiência com raves é idêntica à minha experiência com pessoas do mesmo sexo, ou seja, mínima. Só teria um simples problema, não tem como chegar de ônibus em noite de Natal do outro lado de São Luis. O problema seria resolvido facilmente com um carro, se meu amigo bêbado na noite anterior não tivesse quebrado o retrovisor do mesmo.

Como último recurso liguei para alguns conhecidos e convenci eles a virem me buscar, afinal, eu tinha o mapa do local. Já eram duas da manhã, munido de desodorante e roupa nova, entrei no carro e aguardei ansioso a chegada ao sítio.

Pensem numa viagem demorada, a parada era tão distante que até por uma base das forças armadas nós passamos! Após quase 45 minutos de viagem chegamos no ponto de referência do mapa. Estavámos indo em rumo ao desconhecido e a única coisa que poderíamos perder seria a vida. Beleza.

Chegamos num ponto crítico do mapa, seguindo o mesmo toscamente feito no paint e devidamente impresso pelo Orkut, não chegaríamos em lugar nenhum! Minto, chegamos num brega rasgado que estava distante de ser uma rave! Eu finalmente senti na pele o que é levar o Orkut a sério!

Infelizmente não encontrei mais o mapa da festa no site de relacionamentos, mas achei algo que vale ouro:


Agora entendi porque o mapa estava errado.

Já sabendo que o mapa poderia nos levar para qualquer lugar, menos para a rave. Decidimos pedir informações para nativos da região. Dentre tantas casas de taipa e ruas sem asfalto encontramos pessoas que pareciam ser amigáveis. Eram uma mulher com uma boneca na mão, uma criança sentada na calçada e um rapaz em pé.

A porcentagem que eles tivessem algum tipo de armamento em suas calças era idêntica a de que eu comesse alguém na noite de Natal! Mesmo assim, meus amigos não quiseram pedir informações de maneira alguma, sendo que estavámos num carro com o motor ligado e éramos 3 homens contra uma boneca de pano e uma criança sentada!

Após passar quase 5 minutos discutindo, chegamos a um consenso de baixar o vidro apenas dois dedos pois assim poderíamos conversar sem correr o risco de ninjas camuflados aparecem e tirarem nossas vidas. O mapa indicava ir para a esquerda, o rapaz que nos deu a informação disse para irmos para a direita. Ele estava correto. Ah, e saímos com vida!

Finalmente, após quase uma hora de viagem chegamos à "Florestinha"! Pagamos um preço alto para entrar com o carro sem ser vistoriado, isso mesmo, nenhum carro era vistoriado!! Você poderia levar desde a sogra até trilhões de quilos de maconha que ninguém nunca iria saber!

O ambiente era extensamente amplo, um sítio enorme sem fronteiras! Bem, na rave não aconteceu nada demais. A parte ruim disso tudo? Raves são apenas pontos para consumo de drogas, a música é secundária. Todas são assim? Claro que não.

Mas na primeira que fui, tudo que vi era gente fumando maconha em todos os lugares, cheirando benzeno e acreditem, até pó ofereceram para um dos meus amigos. Triste, triste. A primeira impressão é a que fica, infelizmente.