quinta-feira, maio 03, 2007

Odeio hospitais. Não é querendo fazer mimimi ou algo parecido mas sou capaz de morrer de câncer no reto por ausência de tratamento graças à minha grande preguiça de me consultar e/ou operar. Existem pessoas que não gostam de chocolate; outras(os) não gostam de vaginas; eu apenas não gosto de esperar 3 horas assistindo Sessão da Tarde em um consultório médico esperando ele chegar com 30 minutos de atraso e ainda se achar na razão de algo.

O fato acima me levou a ficar quase 12 meses cultivando um cisto na costa. Ele surgiu do nada, assim como às vezes brotam cabelos brancos em jovens de 23 anos que moram em São Luis e que respondem pelo nome de Humberto.

Comecei a olhar esse carocinho no espelho e pensava comigo mesmo "Mas que merda é essa?!". Não estava preocupado se o cisto cresceu próximo à minha coluna, minha preocupação maior era que o bicho era feio e que as gatinhas iriam notar assim que eu tirasse a camisa para mostrar meu deltóide na praia.

Fiquei tão preocupado que deixei ele no mesmo lugar esperando o belo dia em que ele fosse sumir por livre e espontânea vontade. Esse dia não chegou ainda.

Eu já estava até me acostumando em ter um carocinho nas costas, uma vez outra que algum amigo notava: "Humberto, mas que porra é essa na sua costa?"; outros eram mais discretos: "Cacete bicho, isso tá feio demais!!". Enfim, depois de tanto ouvir opiniões horripilantes sobre o carocinho, resolvi que era hora de ir no médico me consultar, afinal de contas, poderia sair mais cedo do serviço e tomar sorvetinho no caminho. O sorvete por si só já é um motivo especial pra sair mais cedo.

Cansando de ouvir isso tudo, me consulto e descubro que o carocinho atende por um nome. Se chama cisto sebáceo. Após descobrir o nome do carocinho, fui encaminhado para o cirurgião. O cirurgião que fui me consultar tinha uma especialidade a mais, ele era ginecologista também. Por isso que estranhei o fato de ser o único homem aguardando ser chamado. Ele foi bem rápido e prático, me atendeu sem nem fechar a porta, após dois minutos já estava com a cirurgia marcada.

Como ele era um ótimo profissional, não me disse nada se a anestesia iria ser local ou geral. Com medo de ser geral e ter que vomitar meu almoco todo fora, fui para o hospital hoje, no horário de meio-dia, com a barriga vazia. Estava tonto de fome, minha última refeição tinha sido às 6:30 da manhã. E dessa vez não era o médico que estava atrasado, mas eu mesmo! Bah, acontece!!

Cheguei um pouquinho após o horário previsto(engarrafamento, sabe como são essas coisas). Me aprontei, vesti um avental azul e fui guiado para o centro cirúrgico. Enquanto estavam abrindo o cérebro de alguns por lá, retirando tumores malignos de outros, eu estava lá para tirar um cisto feio que não iria me causar mal nenhum.

Deitei e aguardei o cirurgião chegar:

"Olá seu Joaquim..."

Tomá no cu filha de uma égua! Pensei comigo mesmo!

"É Humberto!! O senhor ia tirar um cisto da minha costa, lembra?"

Vai que esse tal Joaquim iria fazer operação de fimose.... Nunca é demais lembrar os outros (ainda mais quando o corno nem seu nome lembra).