quarta-feira, junho 20, 2007

E as bulas?

Eu demoro a ficar doente, mas quando fico, fico de jeito! Uma gripezinha filha-de-uma-mãe resolveu se alojar nesses últimos dois dias, sem pedir licença, no meu corpo. Eu não lembro se já escrevi aqui sobre isso, mas odeio tomar medicamentos. E meu repúdio por medicamentos só não é maior que por consultas médicas.

Essa gripezinha-muito-da-danada está me tirando de tempo, hoje tirei uma folga no serviço para ficar em casa tomando cházinhos. Eu tinha esquecido como é tão ruim tomar chá de alho com limão! Mas nessas horas não tem jeito. Ou essas coisas descem rapidinho goela abaixo ou fico de cama até o domingo.

Acho que deus foi esperto em ter me feito homem. Pois Ele sabia muito bem que se eu fosse mulher, nunca iria usar remédios para artrite, labirintite, osteoporose, vaginite, etc. Morreria provavelmente na menopausa. Já como homem, vejo que poderia morrer de coisas ainda piores:

1) Poderia morrer de desgosto em ter um filho baitola;

2) Posso morrer de câncer na próstata se não inventarem algo menos "chato" que o toque retal nos próximos 17 anos;

3) Poderia ter morrido daquele cisto sebáceo (eu não sei como, mas poderia ter morrido, oras);

4) E ainda posso morrer de miopia, ter quase 9 graus de deficiência ocular é um risco na vida de qualquer pessoa, independente do sexo e independente da avenida que vou atravessar;

Voltando ao assunto do medicamento, minha mãe tem uma mania muito da chata em querer saber tudo sobre o que ela está tomando. Situação essa em que ela chega até a evitar tomar o remédio apenas pensando nas suas reações adversas. Nestas horas ela geralmente pede minha ajuda.

Resmugando e descontente vou ajudá-la. Após falar alguma mentira, tipo "Ah, mãe, isso não faz mal nenhum", ou como "É dengue? Ah, toma logo AAS mãe". Ela suspira aliviada e me dá a bula para guardar. É aqui que reside a desgraça, todos os hipocondríacos sabem muito bem que é impossível dobrar a bula do mesmo jeitinho que ela estava antes de ser retirada!

Não adianta, ela sempre fica mais volumosa e tenho que dar um jeito de empurrá-la na embalagem junto com o frasco! Pior ainda, quando junto com o frasco vem um copinho de 10 ml! Aí já é sacanagem com o consumidor! Além de não encaixar a bula direito, o copinho sempre suja a bula e o frasco fica todo melado chamando um monte de formiga.

Então, na segunda vez que vou tomar o remédio tudo piora, pois o frasco engata na bula mal-dobrada! Além disso, tenho que pegar tudo muito rápido pois as formigas estão sedentas pelo meu suor! E preciso lembrar de lavar o copinho depois da dose. Essa é a parte mais complicada, confesso. O sexo masculino não combina com a palavra lavar.

Não é querendo ser machista nem macho. Mas eu só lavo as louças daqui de casa em último caso mesmo! Homem não pode lavar louça? Claro que pode, eu não lavo porque morro de preguiça! Mesmo enxergando ao longe um trilhão e meio de talheres e pratos a lavar, eu faço vista grossa, meia curva e deito na cama.

Como eu tenho o costume horrível de roer as unhas, aquele sabão arde de uma forma tão gostosa quando pega no meu dedinho que chego a sentir um arrepio na espinha. Depois vejo que o arrepio que senti foi por causa do xaninho se passando na minha perna.

Vou tomar meu comprimido para ver se melhoro. Vocês leram bem? Comprimido porque não tou afim de lavar copinho hoje não.